terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O Minho recomenda-se!

Querido Portugal!



(na fronteira com nuestros hermanos - 1km exacto de distância) 


Valença recebeu-nos debaixo de chuva. Entre ruas e ruelas, estradas e estradinhas chegámos à quinta do Prazo!



Dia I

a manhã foi aterefada! Ajudámos a Chef Amaya a elaborar alguns pratos para a revista Expresso online.

eis algumas das iguarias preparadas:

- salada de lampreia fumada
- escabeche de lampreia
- lampreia com milho partido (para os locais denominado por estrolho)
- coelho na abóbora com alecrim
- bacalhau lascado com broa
- rojões à minhota com puré de beterraba e castanhas
- bolo no tacho de lampreia
- arroz doce à minhota com gin e compota de laranja
- borrachinhos de Valença em calda de vinho aromatizada

Esta foi uma oportunidade de ouro para conhecermos mais sobre a gastronomia regional minhota e aprofundar ainda mais o nosso conhecimento sobre vários pratos confeccionados com a iguaria da época: a lampreia!

Da nossa passagem por Valença vamos levar na memória...

... a broa de milho branco (elaborada com uma espécie de milho branco autóctone da região minhota), uma das melhores broas que já tinhamos provado! .. e cozida em forno de lenha.



... os biscoitos de milho (também muito típicos das região! A farinha de milho é moída ainda de modo artesanal em moinhos de água). O facto de ser moída artesanalmente permite uma granulagem mais espessa da farinha o que vai conferir uma textura granulada aos biscoitos.



... o estrolho (milho branco partido e cozido), em períodos de longa escassez de arroz, este era utilizado como substituto ao mesmo na elaboração de vários pratos.



... a lampreia fumada (lampreia escalada e fumada, posteriormente recheada com ovos cozidos e pimentos).



- borrachinhos de Valença (um preparado de pão, ovos, canela, mel, açucar e vinho do porto. posteriormente fritos e finalizados em calda de vinho tinto)





Dia II

Fomos a um viveiro de lampreias.. onde ficámos a conhecer um pouco mais sobre a espécie, em que rios desova, o seu preço de mercado, as suas características, como se alimenta e como funciona toda a parte de captura e armazenamento em tanques ainda vivas..







Passámos pelo mercado de Vila Nova de Cerveira onde encontrámos várias relíquias portuguesas! Pela manhã pode-se encontrar o mercado das lavradeiras onde senhoras já de idade, que ainda trabalham o gosto pela terra produzem legumes, frutas e animais de grande qualidade e variedade.



De volta a Valença ainda houve tempo para uma breve passagem pelas muralhas.. vale a pena visitar!

A Chef Amaya Guterres, partilhou connosco o que de melhor a sua região tem, o trabalho que tem vindo a desenvolver, a paixão que tem pelo Minho e a constante procura por receitas que possam estar esquecidas entre a população. É importante que iguarias como o estrolho ou os borrachinhos não sejam apagados da memória das gentes que lá habitam.

Agradecemos a oportunidade que nos deu ao poder partilhar connosco um pouco da sua sabedoria e conhecimento acerca das suas raízes.


Chef Amaya Guterres





1 comentário:

  1. Que bom que é saber que existem pessoas que dão valor e divulgam a cozinha portuguesa. Parabéns

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