sábado, 2 de março de 2013

Eira do mel, uma doce recordação!




Ir a Vila do Bispo e não provar a Cataplana de polvo com batata-doce de Aljezur é como ir a Roma e não ver o Papa! Por cá as cataplanas são sagradas!

Com certeza que muitos de vós já ouviram falar da Cataplana!
- Cataplana é o nome da peça de cobre que dá origem a um prato Algarvio que é cozinhado dentro do mesmo aparelho. Existem várias receitas elaboradas com a mesma. Podem ser de carne, peixe, marisco entre outros e tem como base cebola, tomate maduro, pimentos e coentros.


cataplanas

«A lentidão é o segredo da felicidade» por aqui as refeições são desfrutadas lentamente, apreciando a qualidade das matérias-primas e a simplicidade dos sabores leves e frescos que quase se confundem com o vento que sopra de Sagres. O espaço preenche-se com objectos únicos, instrumentos de agricultura que resultam num restaurante com alma algarvia.



Chegámos a horas certas de assistir à lota de Sagres. Os barcos atracavam carregados de peixe “estalando de vivo”, o goraz, o carapau negrão, o pargo e o peixe-galo. Aqui percebe-se nitidamente o porquê do peixe português ser considerado o melhor do mundo!
Este recanto entre mares é o porto perfeito para muitas espécies que nele cruzam os seus caminhos. É certo que não temos muito peixe, mas aquele que temos é de imensa qualidade, variedade e riqueza quer organoléptica quer nutricional. Trocámos alguma conversa com os pescadores e compradores e pudemos apreciar o “leilão” das espécies.




lota de sagres

De volta a “casa”, passando pelas arribas junto ao oceano atlântico encontra-se nesta altura do ano o funcho do mar! (não confundir com salicórnia, falamos de espécies diferentes). Temos de fazer algum exercício para o descobrir pois cresce mesmo na linha da costa-arriba. É uma erva com um sabor subtil e único que poderá ter inúmeras aplicações gastronómicas.


funcho do mar

Com o Chef José Pinheiro tivemos longos serões de conversa sobre produtos, combinações de sabor, métodos de confecção e tradições. “ Esgalhámos “ na cozinha dando asas à imaginação, utilizando matérias-primas compradas no mercado local de Vila do Bispo tirando o melhor partido e nunca encobrindo o sabor do produto principal.

Fizemos uma maratona de cataplanas de polvo e batata-doce de modo a compreendermos como seria elaborada tirando o melhor partido dos produtos e confecção.

Fomos ao campo conhecer as várias ervas que podemos encontrar na região e apanhar poejo para aromatizar os bombons de queijo de figo, queijo de cabra e framboesas que iríamos elaborar na tarde de sexta.



O queijo de figo é outro produto típico da região algarvia que o José Pinheiro deu uma nova roupagem! Afinou e equilibrou sabores, mudou a forma de “queijo” para uma placa de forma a facilitar o seu consumo e potenciar as suas aplicações na gastronomia e por fim desenvolveu uma embalagem com um design apelativo que estimula olhar e o desejo de consumo.
Esta passagem pela Eira do Mel, não poderia ter sido melhor escolha para terminarmos esta temporada do projecto. Na companhia de um homem que desenvolveu um grande trabalho na preservação da cozinha tradicional Algarvia José Pinheiro.



 José Pinheiro e o tamboril

Fomos “acolhidos” no trabalho de cozinha, comemos naquela mesa redonda especial, reservada somente para amigos e conversámos até altas horas sobre comida, vinhos e sabores.


a mesa redonda

Queremos agradecer a hospitalidade e a partilha sem segredos, de conhecimentos gastronómicos. 
Como diz o Chefe : “ O segredo é não ter segredo”!


 ( Anabela, Paulo, Ana, Filipa, José, Rodrigo)

1 comentário:

  1. Grato pela vossa paciencia .
    Portugal engrandece com a coragem destes novos CHEF'S , o novo paraiso gastronomico está a crescer , Portugal, bem hajam , José Pinheiro

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