Ir a Vila do Bispo e não provar a Cataplana de polvo com batata-doce
de Aljezur é como ir a Roma e não ver o Papa! Por cá as cataplanas são sagradas!
Com certeza que muitos de vós já ouviram falar da Cataplana!
- Cataplana é o nome da peça de cobre que dá
origem a um prato Algarvio que é cozinhado dentro do mesmo aparelho. Existem
várias receitas elaboradas com a mesma. Podem ser de carne, peixe, marisco
entre outros e tem como base cebola, tomate maduro, pimentos e coentros.
cataplanas
«A lentidão é o
segredo da felicidade» por aqui as refeições são desfrutadas lentamente,
apreciando a qualidade das matérias-primas e a simplicidade dos sabores leves e
frescos que quase se confundem com o vento que sopra de Sagres. O espaço preenche-se
com objectos únicos, instrumentos de agricultura que resultam num restaurante com
alma algarvia.
Chegámos a horas certas de assistir à lota de Sagres. Os barcos
atracavam carregados de peixe “estalando de vivo”, o goraz, o carapau negrão, o
pargo e o peixe-galo. Aqui percebe-se nitidamente o porquê do peixe português
ser considerado o melhor do mundo!
Este recanto entre mares é o porto perfeito para muitas
espécies que nele cruzam os seus caminhos. É certo que não temos muito peixe,
mas aquele que temos é de imensa qualidade, variedade e riqueza quer organoléptica
quer nutricional. Trocámos alguma conversa com os pescadores e compradores e pudemos
apreciar o “leilão” das espécies.
lota de sagres
De volta a “casa”, passando pelas arribas junto ao oceano
atlântico encontra-se nesta altura do ano o funcho do mar! (não confundir com
salicórnia, falamos de espécies diferentes). Temos de fazer algum exercício para
o descobrir pois cresce mesmo na linha da costa-arriba. É uma erva com um sabor
subtil e único que poderá ter inúmeras aplicações gastronómicas.
funcho do mar
Com o Chef José Pinheiro tivemos longos serões de conversa sobre
produtos, combinações de sabor, métodos de confecção e tradições. “ Esgalhámos “
na cozinha dando asas à imaginação, utilizando matérias-primas compradas no mercado
local de Vila do Bispo tirando o melhor partido e nunca encobrindo o sabor do
produto principal.
Fizemos uma maratona de cataplanas de polvo e batata-doce de
modo a compreendermos como seria elaborada tirando o melhor partido dos
produtos e confecção.
Fomos ao campo conhecer as várias ervas que podemos encontrar na região e apanhar poejo para aromatizar os bombons de queijo de figo, queijo de cabra e framboesas que iríamos elaborar na tarde de sexta.
O queijo de figo é outro produto típico da região algarvia
que o José Pinheiro deu uma nova roupagem! Afinou e equilibrou sabores, mudou a
forma de “queijo” para uma placa de forma a facilitar o seu consumo e potenciar
as suas aplicações na gastronomia e por fim desenvolveu uma embalagem com um
design apelativo que estimula olhar e o desejo de consumo.
Esta passagem pela Eira do Mel, não poderia ter sido melhor
escolha para terminarmos esta temporada do projecto. Na companhia de um homem
que desenvolveu um grande trabalho na preservação da cozinha tradicional
Algarvia José Pinheiro.
José Pinheiro e o tamboril
Fomos “acolhidos” no trabalho de cozinha, comemos naquela
mesa redonda especial, reservada somente para amigos e conversámos até altas
horas sobre comida, vinhos e sabores.
a mesa redonda
Queremos agradecer a hospitalidade e a partilha sem segredos,
de conhecimentos gastronómicos.
Como diz o Chefe : “ O segredo é não ter
segredo”!
Grato pela vossa paciencia .
ResponderEliminarPortugal engrandece com a coragem destes novos CHEF'S , o novo paraiso gastronomico está a crescer , Portugal, bem hajam , José Pinheiro